sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Boas Festas

Nesta época festiva aproveitamos para endereçar a todos os Combatentes, Familiares e Amigos Um Feliz Ano de 2011 com tudo de bom.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Os Combatentes são assim…

Os Combatentes estão em todo o lado, sobretudo em Arganil. Nas instituições e colectividades há sempre um combatente: seja nos Bombeiros ou na Santa Casa da Misericórdia, seja na Filarmónica ou em grupos folclóricos.
Neste contexto temos que referir um gesto de gratidão que a Comissão de Eventos dos Bombeiros Voluntários teve para com o actual Secretário da Direcção, Manuel da Silva Marcelino, em Festa de Natal realizada no dia 19.
É que este “Nosso Alferes” recebeu das mãos de elementos daquela comissão uma placa de xisto, tendo nela gravado o símbolo da Associação Humanitária, como prova da dedicação e empenho que desenvolveu em torno da realização desses mesmos eventos.
Não é, para nós, estranha a atitude tomada, já que conhecemos bem a faceta do também Secretário da Direcção dos Combatentes. Onde se integra, a sua figura é sempre uma mais-valia, como bom conselheiro, bom trabalhador, aplicado.
Por isso, é para nós uma honra ver um camarada nosso a ser reconhecido pela função para que foi escolhido, quando a maior parte ocupa lugares somente para aparecer o seu nome e para alimentar o seu ego.

Parabéns, Manel!


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Passagem de Ano 2010/2011


Mais uma passagem de Ano com:
Organização: Associação dos Combatentes Concelho de Arganil
Reservas: Leonel 914654985
José Gomes:963018181

Preço por Pessoa: 45 €

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A informação em devido tempo

Em relação ao pedido de ajuda feito para seu pai, neste blogue, em tempo oportuno, por parte da Sr.ª Cláudia Pereira, foi por esta Associação dada a devida e completa informação e o natural encaminhamento para a entidade que a poderá ajudar.
Já que sobre esta situação vieram a terreiro alguns comentários, informa a Direcção da Associação dos Combatentes do Concelho de Arganil que em 12 de Março de 2011, a partir das 20.30 horas, na sua sede, vai realizar-se a Assembleia-Geral anual para a habitual apresentação de contas. Como o ano referido coincide com a eleição de novos Corpos Gerentes, que funcionarão durante dois anos, será um dos pontos da agenda de trabalhos dessa reunião magna.
Assim sendo, convidam-se os Sócios, Combatentes e Amigos para participarem nesta sessão, a fim de terem conhecimento da forma como são empregues os dinheiros das quotizações e dos subsídios dos amigos e das autarquias, e ainda para verificarem, pessoalmente, o trabalho que a Associação fez na restauração da Casa do Cantoneiro para a sua sede.
As portas estão abertas a toda a gente que quiser comungar da nossa amizade, do nosso convívio.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL




Formas de sentir momentos difíceis de cada Combatente

Na vida acontecem momentos que dá para pensar; e quando esses momentos tocam com os sentimentos de cada um, sobretudo dos que sofreram na carne espaços duros de uma guerra que empobreceu a maior parte da juventude, durante mais de uma década, dá para pensar e olhar para trás, já lá vai meio século. Esse olhar para trás traz-nos à mente que, apesar de todas as contrariedades sofridas, sentimos uma solidariedade sem precedentes, que nos aperta o coração quando, volvidos essas cinco décadas, vemos ainda imagens que nos fazem recuar a esse tempo, mas que os seus protagonistas se habituaram à ideia de que um deficiente das Forças Armadas tem que viver a vida, porque ela não teve culpa do sucedido, apesar de algumas dessas vidas terem sido salvas, podemos dizer, como por milagre.
Possamos dizê-lo de alto som, porque vivemos esses milagres, de balas que passaram ao lado de órgãos que não foram afectados, embora outros tenham sofrido algumas mutilações, mas a vida, para esses, continua também com as mazelas presentes no dia-a-dia e que já se habituaram a viver com elas.
Um dos momentos que me marcou recentemente, foi na Feira dos Santos, em Mangualde. Reparámos, por acaso, que um Combatente de Angola, de 1967 a 1969, natural daquele concelho, sofreu uma armadilha e dela resultou ter ficado sem o braço esquerdo, ficando só com metade do braço direito; e foi precisamente o gesto que presenciámos que me impressionou: ao atender o telemóvel com o antebraço e depois de desligado, com os dentes pegou no “atilho” do aparelho e colocou-o no bolso da camisa.
Atrevi-me a falar com este Combatente e disse-me que durante todos estes anos teve que se habituar à ideia… e nem por isso deixou de constituir família. A esposa, filhos e netos participavam também na feira, alegres, com sorrisos nos lábios.
É que este Combatente até é do meu ano de tropa. Portanto com 65 anos.

* * *

Também era do meu tempo o António Gata, que residia em S. Pedro da Lameira (Luso). Fizemos a recruta no Regimento de Infantaria 12, na Guarda, de Outubro a Dezembro de 1966. Ao vir de Moçambique visitei-o na sua casa; e antes de ter falecido, há 5 anos, de doença súbita, tinha antes convivido alguns momentos com ele na sua casa, onde a alegria nos trespassou de emoção e alegria. Ainda tentou visitar-me, aqui, em Arganil, mas teve azar, porque nesse domingo não estava em casa. È que o Gata dava a camisola a um amigo se dela precisasse. E tantos amigos tivera na vida…
Recentemente, um irmão do nosso benquisto amigo e Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, Prof. José Dias Coimbra, ao ser sepultado no cemitério do Luso, recordou-me que ali estaria a repousar eternamente o António Gata. Para nos informar, perguntámos a dois indivíduos que se encontravam a conversar. Um deles era o Presidente da Junta de Freguesia do Luso. Não só me deu deu a informação, como me levou à sepultura onde repousa o corpo do amigo Gata, que afinal também era seu particular amigo.
Conversa puxa conversa, acabei por saber que aquele autarca, também do nosso ano, combateu na Guiné e de lá veio sem a perna esquerda.
Como são as coisas. Com este gesto de acompanhar um cidadão para uma residência que não voltará, acabei por dar de caras com a fotografia de um amigo e esbarrar com outro que também foi vítima da guerra colonial.
São as contradições, são as vivências de uma vida militar que, apesar de tantos dissabores e maleitas, fez de nós alguém que nos faz sentir interiormente o mal dos outros, com exemplos que nos faz sentir humanos, onde a solidariedade e o amor são duas virtudes que jamais se apagarão da nossa vida, enquanto a saúde e a lucidez nos derem o prazer de viver.

José Travassos de Vasconcelos

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quanto significa um gesto!…

Costuma dizer-se que a nossa querida terra Arganil é um chão de solidariedade. As associações, sejam elas de que cariz for, encontram sempre no seio dos “Pintassilgos” a maior abertura em todos os capítulos sociais. Se os Bombeiros precisam de equipamento, ou a Filarmónica de instrumental e fardamentos, não falando da Associação de Combatentes, dos grupos folclóricos, ou outros, lá estão os Arganilenses de ouvido afiado a colaborar sem apelo nem agravo. Podem até em alturas de reuniões magnas não comparecerem, por saberem que tudo está bem, mas na hora da verdade eles, todos nós, acorrem nas horas que são chamados a dizerem que a sua colaboração é necessária.
Nós, os Combatentes, sabemos que isso é a pura das verdades. Veja-se por exemplo, a luta solidária que a Associação manteve durante algum tempo. Para a restauração da nossa querida sede, onde a Casa do Cantoneiro é o símbolo emblemático de Arganil, nada melhor vermos aqui instalada a nossa sede, com traços que retratam um e outro espaço. Porém, é de reconhecer a boa vontade de muitas bolsas que quiseram elevar a alma quer dos Arganilenses, através da sua Casa do Cantoneiro, quer agora na senha dos Combatentes, transformada em paz e muita, muita solidariedade.
Este alinhavado tem por missão relevar mais uma vez o condão da amizade solidária que os Combatentes transmitem e que as pessoas sabem acolher no seu coração. E porque a gratidão é a palavra mais fina e sublime que um cidadão pode absorver, que traída causa o mais sombrio sinal de injustiça, o Sílvio do Restaurante “O Filipe”, paredes-meias com a nossa sede, habitual amigo de todos nós, porque está em fim de concessão, e porque é um assíduo visitante da sede, mesmo em tempo de reuniões, resolveu convidar os órgãos sociais da Associação para um jantar. Este convívio (e foi isso que aconteceu precisamente) registou-se no final do mês de Novembro, em vésperas do 1.º de Dezembro, outra data que a solidariedade e a bravura dos portugueses veio ao de cima, restaurando a autonomia nacional.
Pois bem, o Sílvio, a esposa Ivone (funcionária competente, simpática e muito educada do Centro de Saúde, que sabe sorrir) e a filha Sílvia, recentemente licenciada em História, que agora vai “espairecer” por terras da Polónia, ofereceu a todos uma belíssima ceia, acompanhada por uma simpatia a todos os títulos notáveis.
Essa simpatia e gratidão passam por um gesto significativo: é que o Sílvio fez questão que todos pagassem 5 euros, preço do jantar, e que o total revertesse a favor da Associação dos Combatentes. Vincando a sua personalidade, pagou também a sua refeição.
Por isso é que tanto o Presidente da Assembleia-Geral (José Carlos Trindade Ventura), o Vice-Presidente da mesma Assembleia (Abel Ventura Fernandes) e o Presidente da Direcção (Leonel Costa), deixaram palavras de muita estima e consideração pelo gesto verificado, que apesar de vir de um cidadão simples, que no dia-a-dia luta pela vida, ao invés de outros de mais posses que tudo lhes passa ao lado, tem um significado relevante, que por muito que se diga, eleva a sua honra, eleva a sua personalidade por muito bem fazer em prol dos outros, sobretudo daqueles que souberam defender aquilo que outros querem denegrir e até maltratar, esquecendo os também portugueses que sofrem por uma luta que nada lhes dizia, mas que eram obrigados a intervir, pois era a Pátria que os chamava. Hoje por haver reflexos dessa intervenção, há seres humanos, nossos camaradas, a morrerem de solidão, de stress de guerra, porque um dia viram morrer a seu lado o companheiro amigo, o conselheiro do seu dia-a-dia, durante dois anos.
Em nome da Associação dos Combatentes do Concelho de Arganil aqui fica o abraço, amigo Sílvio e família, aquele abraço de que só um Combatente sabe sentir e partilhar entre amigos do coração.
Uma nota: Neste convívio esteve presente o nosso Embaixador no Luxemburgo, o Combatente José Ricardo André, que não se fazendo rogado, até trouxe a esposa, a também Arganilense Adelina, muito bem aceite no grupo, bem como as demais mulheres quando há iniciativas, ajudando mesmo quando é necessário.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Stress de Guerra foi tema abordado na sede


Por iniciativa da Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar, foram realizadas no mesmo dia (domingo, dia 28 de Novembro 2010) duas sessões de esclarecimento sobre Stress de Guerra: uma em Tábua, outra em Arganil.
A sessão de Arganil iniciou-se às 17.30 horas, cuja participação foi enorme, porque a sede da Associação esteve repleta, com a particularidade de terem como participantes algumas mulheres e filhas de Combatentes.
A sessão foi orientada e comentada pelo Dr. António Ferraz, Presidente daquela Associação Nacional, com sede em Tondela, um jurista que para além de sofrer na carne as agruras da guerra colonial, mais propriamente em Cabo Delgado (Moçambique), tudo tem feito para que a sua acção em prol dos que precisam tenham um futuro mais suave e risonho, aliviando o chamado stress de guerra, stress que foi absorvido pela perda de uma camarada de luta ou da vivência de situações que só os que por lá andaram sabem avaliar e dar valor. Não era só dar tiros. Era também sofrer com a sede, fome e sobretudo o desgaste físico, sem qualquer ajuda por perto: apenas a solidariedade do camarada do lado.
Esta sessão, feita em tempo de paz, foi para dar a conhecer o que se pode fazer para aliviar este trauma. Para isso há já Associações que dão apoio, particularmente a citada Associação Nacional, que para o efeito, de mãos dadas com a Câmara Municipal de Tondela, onde o seu Presidente, Carlos Marta, tem dado toda a cobertura aos anseios dos Combatentes, restaurou a Escola Conde Ferreira para sua sede e construiu um posto médico para dar apoio aos que precisam de ajuda. Esse posto médico, inaugurado no dia 12 de Setembro, conforme foi noticiado neste sítio, entrará em pleno funcionamento a partir do mês de Janeiro de 2011, o qual será composto por um médico, um psicólogo e uma assistente social.
Foi uma sessão de esclarecimento que teve a colaboração de José Afonso no áudio-visual. Este filme divulgou os traumas de outras guerras, mas que estes sofredores combatentes tiveram outro tratamento que não igual ao do Português.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cemitério em Moçambique onde estão corpos de militares portugueses

Nas nossas pesquisas feitas por essa INTERNET fora e com a ajuda de alguns, estivemos a rever uma Reportagem Especial da SIC que visitou um cemitério em Moçambique onde estão corpos de militares portugueses mortos em combate.
Deixamos aqui a reportagem para que todos os combatentes que não viram, possam agora dar uma olhada e rever locais que há muito tempo não viam.

domingo, 28 de novembro de 2010

O Gato “que quer ser Fotógrafo”…


Na Rua Oliveira Matos, mesmo na “zona fina” de Arganil, apareceu ali um gato branco. Abandonado, sem eira nem beira, logo os dois comerciantes locais, o Rodrigo Ventura, da Pastelaria e o Fernando Brandão, da Fotografia, lhe deram de comer. Embora o alojamento nocturno seja mais complicado, o diurno está garantido, pois o Fotógrafo aproveitou logo e deu guarida ao bichano; e de tal forma, que passados que são várias semanas, o gato passou logo a “aprendiz” de fotografia. A sua atenção é tanta que já passa “pelas brasas” sobre a máquina que imprime as fotografias, para depois as “entregar” à sua outra amiga Maria Alexandrina.
Veja-se, na foto, como o Gato Branco está atento como o seu “professor” maneja o computador, fazendo aquelas “malandrices” de que é exímio.
Há coisas que acontecem neste mundo globalizante, mas esta de um Gato ser aprendiz de Fotografia, não lembra ao Diabo.
Até nós, Combatentes, que apenas tínhamos como entretém o cão ou o macaco, grandes companheiros das companhias ou batalhões, longe estávamos de perceber como é que um gato pode chegar a um patamar profissional tão dignificante.

sábado, 27 de novembro de 2010

A “Barbearia do Senhor Guilherme” e os Combatentes

Com o encerramento da “Barbearia do Senhor Guilherme”, assim era conhecido este estabelecimento comercial, perde-se mais um espaço arganilense que ao longo de sete décadas os seus trabalhadores desfizeram a barba e cortaram cabelo a muitas gerações de adultos e crianças.
Dentro destas gerações, podem contar-se muitos Combatentes. Nós, por exemplo, agora com 65 anos, passámos também por ela. Sendo a barbearia onde meu tio António ia cortar o cabelo, e obrigatoriamente teria que ser a minha também, porque era ele que pagava, recordo o sempre educado e prestável Sr. António Teixeira, dos Cadavais, que com toda a delicadeza colocava um banquito na cadeira de adultos, para me ele poder cortar o cabelo. E aquelas gotas de brilhantina, no final do corte, que polvilhava sobre a cabeça… Saía dali tão bem cheiroso e com ar de vaidade que toda a gente dava por ela.
Aos sábados, sobretudo, era na Barbearia conhecidas as novidades, as passadas durante a semana e no dia-a-dia de cada um, não faltando as conversas daquilo que cada um iria fazer durante a semana seguinte, caso não fosse segredo… mesmo este, por vezes, era ali espiolhado…
Não posso esquecer também o Sr. Simões, da Sarcina, bem como o António da Ribeira, da Aveia, o Armindo, da Urgueira (S. Martinho da Cortiça) e outros barbeiros que por ali passaram. No entanto, o último que teimou em manter a Barbearia com a porta aberta, foi o amigo Manuel Soares. Foram cerca de 40 anos que esta figura diariamente ali se via, marcando uma antiguidade, sem seguidores.
Como tudo tem um fim, dado que agora até as cabeleireiras fazem esse trabalho, a barbearia começou a definhar em clientela. Por este facto, o amigo Manuel acabou por encerrar as portas no passado dia 30 de Setembro de 2010. A par deste gesto está também o cansaço, que acabou por ditar o encerramento de mais um espaço histórico da praça comercial arganilense.
Recorde-se que o Senhor Guilherme Ferreira Rodrigues, de seu nome completo, que fundou a Barbearia, foi uma figura emblemática da comunidade arganilense. Depois de regressar da I Primeira Grande Guerra (1914-1948), onde foi Combatente, fez parte do corpo clínico do Hospital Condessa das Canas, onde foi, durante dezenas e dezenas de anos, dedicado Enfermeiro. A par com o Dr. Fernando Vale fizeram uma dupla que acabaria por marcar uma época que jamais será esquecida nos anais históricos de Arganil e sobretudo dos Combatentes, pois a totalidade deles tiveram sobre os seus ombros as mãos amigas destes duas figuras que muito nos honram e serviram (e servem ainda) de exemplo a todos nós pela vida fora.
A outra Barbearia, a do Sr. Amorim, que continua a ser explorada pelo antigo empregado Constantino “da Quinta”, ainda se arrasta no tempo, enquanto as forças deste amigo… de bata branca, não enfraqueçam.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sessão de esclarecimento Stress de guerra


No próximo domingo dia 28 de Novembro, pelas 17h30, a nossa Associação promove uma sessão de esclarecimento a vítimas de stress de guerra, combatentes e familiares.
A acção, conjuntamente com a Federação Portuguesa das Associações de Combatentes do Ultramar, terá lugar na nossa sede: Casa do Cantoneiro, Prazo, Arganil e contará com a presença de António Ferraz, jurista, que prestará informações acerca da doença de stress de guerra, dos direitos dos combatentes, das estruturas de apoio e das reivindicações da associação.

Combatente precisa de ajuda


Recebemos no nosso email um pedido de ajuda da filha de um Antigo Combatente.
transcrevemos aqui na integra a email enviado por Claudia Pereira:

"Ex.mo sr.

Venho por este meio pedir informações sobre a ajuda a um ex combatente de guerra que sofre de stress de guerra.
o meu pai e um ex combatente de guerra e sofre de stress de guerra gostaria de saber onde me posso dirigir na zona de Tondela ou Viseu para pedir mais esclarecimentos sobre esta doença e pedir ajuda medica para o meu pai.
muito obrigada.

Atentamente,

Claudia Pereira"

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Esposa de Combatente lança novo livro




A Dr.ª Maria Leonarda Tavares volta a editar um livro, com o título “Bem-me-Querem”. As obras que já editou têm o selo particular de generosidade e amor assumidos, sobretudo o livro que relata a vida que passou a ter com seu marido, um paraplégico que em 1967, em Moçambique, foi atingido por uma bala, numa guerra que tantas vítimas provocou, e que no seu caso o incapacitou de ter uma vida normal.
Ainda não lemos o livro, mas pelo estilo da autora, temos em conta que vai ser mais uma obra de grande relevância literária, tanto mais sendo uma escritora que nos habituou à escrita a raspar a simplicidade, passando pelo amor, aliado a uma solidariedade bem viva e vivida.
Depois de ter lançado já a obra na capital, agora é a vez de Arganil, terra da sua residência, cujo lar comunga com seu marido, um arganilense que há mais de 40 anos sofre as agruras de uma vida sem vida normal, mas que sua esposa sabe dar-lhe força para viver um dia de cada vez.
O “Bem-me-Querem” vai ser apresentado no auditório da Biblioteca Municipal Miguel Torga, na quinta-feira, dia 18, pelas 21.30 horas.
Espera-se assim boa participação de pessoas, enriquecendo assim o acto, mas particularmente a Dr.ª Leonarda Tavares, pela sua luta e perseverança que ao longo da sua vida, particularmente conjugal, tem demonstrado; e por se considerar uma autêntica “Pintassilga”, é por esse facto que aqui se deixa este apelo: Compareçam!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Jara e Manel em Cabinda - Angola


Hoje publicamos uma foto que nos foi enviada pelo MANOLO (Manuel Vasconcelos)
Retrata o Manolo e o seu companheiro JARA em Cabinda Angola
O nosso obrigado a grande MANOLO e esperamos que muitos combatentes sigam as pegadas dele e nos enviem fotos ou recortes ou mesmos noticias sobre a GUERRA.
O nosso email está no nosso BLOGUE (combatentes.arganil@hotmail.com).

Navio Escola Sagres

História

O Navio-Escola "Sagres" foi construído, em 1937, nos estaleiros Blohm & Voss (Hamburgo), tendo recebido o nome de "Albert Leo Schlageter". Foi o terceiro de uma série de quatro navios construídos para a marinha alemã que incluía o "Horst Vessel" (actual "Eagle" dos Estados Unidos), o Gorch Fock (actual "Tovarish" da Ucrânia) e um outro casco, nunca concluído nem aparelhado. Um quinto navio, o "Mircea", foi propositadamente construído para a marinha romena. O aparelho do navio não concluído encontra-se no actual Gorch Fock, navio-escola alemão, construído em 1958, de acordo com os mesmos planos. Este facto atesta bem o valor das qualidades náuticas dos navios construídos vinte anos antes.

Em 1945, o “Albert Leo Schlageter”, danificado durante a guerra, foi capturado em Bremerhaven pelas forças americanas e posteriormente cedido ao Brasil, em 1948.

Em 1962 Portugal adquire-o ao Brasil para substituir o então N.E. "Sagres". Este tinha sido também um navio alemão, o "Rickmer Rickmers", construído em 1896, em Bremerhaven. Durante a 1ª Guerra Mundial foi tomado por Portugal nos Açores, no porto da Horta, em 1916. Nessa altura foi-lhe então dado o nome “Flores” e posto à disposição dos ingleses que o utilizaram para transportar material de guerra. Após o final da guerra, o veleiro foi devolvido pela Inglaterra e terminou a sua utilização como navio mercante. Em 1924, é então incorporado na marinha portuguesa, como navio-escola. Esta razão explica o facto de, nomeadamente no estrangeiro, o actual N.E. "Sagres" ser muitas vezes apelidado, erradamente, de "Sagres II". Na realidade este é o terceiro navio-escola com o nome "Sagres". Na realidade, o primeiro foi uma corveta em madeira, construída em 1858, em Inglaterra, que armava em galera. Fundeada no rio Douro serviu como navio-escola, para alunos-marinheiros, entre 1882 e 1898

“Albert Leo Schlageter"

(1937-1948)

O navio foi encomendado ao estaleiro no dia 2 de Dezembro de 1936 e a sua construção terminou no dia 15 de Julho de 1937. Foi lançado à água a 30 de Outubro de 1937.

Em 1938/39 efectuou algumas viagens de instrução, onde se destaca uma viagem às Caraíbas. Esteve então parado até ao início de 1944, altura em que foram reactivados os navios de treino devido ao facto de se constatar que os cadetes, apesar de bem preparados tecnicamente, tinham uma deficiente preparação marinheira.

No dia 14 de Novembro de 1944, no decorrer de uma viagem de instrução no Báltico, com mau tempo, o navio embateu numa mina tendo danificado seriamente a proa e colocando em risco de vida toda a guarnição.

"Guanabara"

(1948-1962)

O “Albert Leo Schlageter” foi vendido pelos Estados Unidos ao Brasil, em 1948, pelo preço simbólico de 5000 dólares, tendo o seu reboque para o Rio de Janeiro, onde chegou a 6 de Agosto, custado outro tanto. A 27 de Outubro desse mesmo ano, com o nome de “Guanabara”, foi incorporado na marinha brasileira. Como navio-escola efectuou, regularmente, várias viagens de instrução ao longo da costa brasileira. No final de 1960, insuficiente para satisfazer as necessidades de instrução e treino, foi desarmado e nele foi instalado o comando da Flotilha de Patrulheiros.

Por seu turno Portugal procurava, desde 1960, um veleiro para substituir o então N.E. “Sagres”, em fase final da sua vida útil. Por sugestão do Dr. Teotónio Pereira, e após visita e aprovação, foi negociada a aquisição do “Guanabara”. A bandeira do Brasil foi definitivamente arriada a 10 de Outubro de 1961.

"Sagres"

(desde 1962)

O N.E. “Sagres” foi aumentado ao efectivo da marinha portuguesa a 8 de Fevereiro de 1962, em cerimónia realizada no Rio de Janeiro. No dia 25 de Abril largou do Brasil e chegou a Lisboa a 23 de Junho. A continuidade de um navio-escola na marinha portuguesa teve como principal objectivo assegurar a formação marinheira dos cadetes de forma a complementar a instrução técnica e académica ministrada na Escola Naval.

Desde 1962 o N.E. “Sagres” efectuou todos os anos viagens de instrução, excepto em 1987 e 1991, devido a paragens relacionadas com a sua modernização. Aliás, foi em 1991 que o motor original foi substituído e montado a bordo um dessalinizador. Este facto, a par do ar condicionado montado em 1993, muito contribuiu para a melhoria das condições de habitabilidade.

Para além das viagens de instrução, o N.E. “Sagres” tem como missão a representação de Portugal, e da marinha portuguesa, funcionando como embaixada itinerante. Cumprindo as suas missões o N.E. “Sagres” já efectuou, inclusivamente, duas circum-navegações, em 1978/79 e 1983/84 e outras viagens de duração superior a oito meses, e já visitou 45 países. Nas duas voltas ao mundo efectuadas, o navio passou o canal do Panamá, bem como na viagem em que participou na Regata Colombo, em 1992. Em 1993 passou o cabo da Boa Esperança, fez escala em Cape Town, na África do Sul, e visitou o Japão pela terceira vez.

O Infante D. Henrique (1394-1460)

O Infante D. Henrique, figura de proa do N.E. “Sagres”, terceiro filho de D. João I, foi o grande impulsionador dos descobrimentos portugueses. No início da expansão portuguesa em África. Participou ao lado de seu pai na conquista de Ceuta, em 1415. Durante o período em que o Infante viveu, Portugal consolida a sua opção atlântica, já patente aquando da aliança com Inglaterra, estabelecida em 1373. O grande mérito da sua acção em apoiar e incentivar as viagens de descobrimento foi crucial para o impulso da exploração geográfica e económica das terras do litoral africano e das ilhas atlânticas. Tal facto possibilitou a descoberta (1419) e colonização da Madeira (1425), o dobrar do cabo Bojador (1434), a descoberta (1427) e colonização dos Açores (1439), o chegar ao cabo Branco (1441), à ilha de Arguim (1443), ao rio Senegal (1444), ao arquipélago de Cabo Verde (1456) e à Serra Leoa (1460).

Com uma postura pragmática e calculista, criou as bases para a expansão marítima que iniciou e que pôde, após a sua morte, ser continuada. Na realidade, quando ordenou as primeiras viagens para sul, os seus objectivos, face aos valores da época, não seriam inovadores. Mas os resultados dessas navegações foram extraordinários para Portugal e para o mundo. A sua divisa “talant de bien faire” (vontade de bem fazer) é pois com toda a justiça utilizada no brasão de armas da Escola Naval.


domingo, 14 de novembro de 2010

Parabens a Voçê

Faz precisamente hoje 4 anos, que foi fundada oficialmente, a nossa Associação de Combatentes do Concelho de Arganil.
Como se dizia no primeiro poste colocado neste Blogue:

"Foi o arganilense José Carlos Trindade Ventura que em dia especial veio para a Praça do Município (ou Simões Dias), na sua “4L”, com uma Bandeira Nacional a deixar publicamente a intenção e chamando para o efeito a atenção dos combatentes para essa união que, tal como ele, tinham passado pelos sertões africanos, quer do lado asiático, oriental ou ocidental. Pois bem, a ideia deixou moças, de tal forma, porque passado algum tempo a “malta combatente” uniu-se e criou um Núcleo, que se manteve até há três anos, altura em que foi ultrapassado pela criação de um órgão que abrangesse todo o Município: assim nasceu a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil."





domingo, 7 de novembro de 2010

Jantar Noite Branca

Decorreu ontem dia 6, o Jantar Noite Branca organizado pela nossa Associação.
Compareceram vários combatentes a esta jornada gastronómica que devoraram a ementa que o amigo Paulo tinha estipulado para o repasto.


Como habitual nestas lides o final da festa estava a cargo do Duo Musical "Ritmofonia"e os Combatentes e as suas caras metade mostraram os seus dotes de dança.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A minha homenagem ao amigo Paiva


Foi com alegria que, no longínquo mês de Janeiro de 1974, recebi a notícia, na Guiné, mais concretamente no Chugué, em plenas matas do Tombali, no sul, onde me encontrava há longos meses, da chegada de um conterrâneo desconhecido.

A alegria e a curiosidade de saber quem era, levou-me a assistir à atracagem da LDM da Marinha, no Rio Cumbijá, a qual nos trazia mantimentos, material de guerra e… o tal conterrâneo desconhecido. Fiquei a conhecê-lo nesse dia. Tratava-se do António Fernando Ribeiro de Paiva, de Vila Cova do Alva.

Como “velhinho”, e como era da praxe, levei-o ao bar para mitigar a sede. Aí começámos a travar longa conversa. Já cansados, acabou por se instalar nos seus “luxuosos aposentos”, já que eu, nessa noite, estava de serviço.

Entretanto, continuei a acompanhá-lo sempre que podia e daí a nossa grande amizade ao longo do tempo, tanto na tropa como mais tarde na vida civil. Ele como funcionário da Câmara Municipal de Arganil, eu ligado às telecomunicações, encontrávamo-nos amiudadas vezes e essas vezes serviam para trocar dois dedos de conversa. Essa conversa ia direitinha aos tempos idos da vida militar, como não podia deixar de ser, mas também não passava despercebida a que se passava no dia-a-dia.

Mas a morte, sempre à espreita, deixou marcas profundas em mais um lar e com ela deixou a dor e o luto, com o desaparecimento prematuro deste vilacovense.

Mesmo minado por doença que não perdoa, o amigo Paiva falava da sua doença com uma naturalidade que pasmava. Já debilitado, dizia que tudo estava a correr bem e que era uma questão de tempo.

Tinhas razão, meu amigo… foi só uma questão de tempo… para deixares esta vida, uma vida de um Grande Combatente, tanto no sertão guineense, como depois na vida civil, rodeado da família e dos amigos.

Não esquecer ainda que o amigo Paiva foi um grande amigo da sua terra, pois deu boa colaboração às instituições locais, nomeadamente ao Grupo Desportivo Vilacovense, de que foi um dos fundadores.

Por tudo isto e mais que fica por dizer em abono da memória deste amigo, aqui fica a minha homenagem. Que descanse em paz.

Até um dia, amigo Paiva.

António José Vasconcelos.


PS – Se a foto que se insere retrata a saída do mato de nós os dois (o António Paiva à direita, eu à esquerda) de regresso a Bissau, a fotocópia documenta a rendição individual que o Paiva foi fazer na Companhia.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Magusto muito animado

No domingo, 31, como aliás fora anunciado, realizou-se o tradicional magusto. Com castanhas e pinga oferecidas, o ambiente foi bastante vivido. Apesar do tempo estar chuvoso, dentro da sede, contudo, notou-se muita alegria e ambiente quentíssimo, que se prolongou durante a tarde e noite. Muitos combatentes levaram consigo as suas “caras-metades”, bem como netos e amigos.
Foi mais um encontro de pura amizade e confraternização, que mais uma vez cimentou a união entre os que viveram tempos amargurados, e que dentro dessas amarguras e sacrifícios ficaram amizades especiais e duradouras pelo tempo fora.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Três gestos de saudade

Aproveitando o Dia de Todos-os-Santos, data que são lembrados os nossos mortos, a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil não quis também esquecer a memória dos que tombaram em defesa da Pátria nas guerras ultramarinas. Indo ao encontro desse sentir, três elementos da Associação – Leonel Costa, José André e José Vasconcelos – deslocaram-se às sedes de freguesia onde foram colocados ramos de flores nos monumentos ali implantados.
Iniciou-se a romagem pelas 10 horas. Em Pomares, na presença do Presidente da Junta de Freguesia, Amândio Fernandes Dinis, e de alguns familiares dos quatro mortos – Fernando Dias Marques, na Guiné, Ramiro Cosme Costa, Germano Jesus Castanheira e Ernesto Santos Marques Sousa, em Angola – assistiu-se a uma cena muito pungente para quem presenciou. É que a mãe do Ramiro entregou um donativo à Associação para as despesas que vai tendo, em memória do filho.





Na Abrunheira (S. Martinho da Cortiça), na presença do Presidente da Junta de Freguesia, Rui Franco, e mais algumas pessoas, homenageou António Artur Conceição Pereira, falecido na Guiné.




Em Arganil, no monumento da Rotunda do Sobreiral, estiveram presentes mais alguns elementos da Associação e da Associação de Comandos.Neste monumento, que homenageia os mortos do concelho, indicamos os que ainda não foram mencionados: Raul Oliveira Neves, do Maladão, morto na Guiné; Luciano Jesus Dias, de Cepos, morto em Angola; António Agostinho Dinis (Moçambique), Sebastião José da Cruz Antunes (Angola), Vítor Manuel Castanheira Costa (Angola), da freguesia de Folques; José Henrique Pedro (Moçambique), de Moura da Serra; José Lourenço Antunes (Angola), do Piódão; Horácio Dias Ferreira (Angola), de Pombeiro da Beira; Manuel Francisco Silva (Moçambique) e Amândio da Silva Carvalho (Guiné), do Sarzedo; António Marques Lucas e Adelino Nunes, de Teixeira, mortos na Guiné.




Entretanto, em Vila Cova do Alva, os dirigentes José Carlos Ventura e António Vasconcelos, deslocaram-se ao cemitério para depor um ramo de flores na campa de António Fernando Ribeiro Paiva, falecido recentemente vítima de doença que não perdoa. Combateu na Guiné.
Além de, na reunião de direcção se ter proposto um voto de pesar pela perda do associado e amigo da Associação, os dois elementos acima indicados levaram ainda uma carta de condolências que foi entregue à família.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

NOITE BRANCA


Mais um evento organizado pela nossa Associação.

Obrigatório levar uma peça de roupa branca VESTIDA

MEGA MAGUSTO

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Combatentes de Tábua honraram os seus camaradas mortos

No seu 5.º Convívio

Combatentes de Tábua honraram os seus camaradas mortos

É usual a Associação de Combatentes do Concelho de Tábua celebrar anualmente o seu aniversário no dia da implantação da República, acontecimento histórico ocorrido no 5 de Outubro de 1910.

Foi em data tão marcante da história pátria que o País teve uma nova vida, vida que se prolongou no tempo, sem que ao longo de décadas os caminhos não tivessem espinhos, que aqui e acolá não tenham sido sanadas algumas feridas, mas que, entretanto, outras fossem abertas, que durante anos minou a juventude portuguesa. Primeiro foi a I Grande Guerra, que atirou para as trincheiras de Flandres, em França, durante quatro anos, os jovens dessa altura; e posteriormente, passados que foram 43 anos, mais propriamente em 1961, nova afronta minasse a juventude portuguesa, com a iniciação da denominada Guerra do Ultramar, que se iniciou na Índia e se estendeu depois às colónias de Angola, Moçambique, Guiné, S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor.

Até 1974 foi uma guerra que deixou marcas na Juventude Portuguesa. Passados 50 anos, essas mazelas ainda permanecem nalguns desses jovens – hoje já septuagenários ou sexagenários – ou vieram mutilados e minados pelo chamado Stress de Guerra, enquanto alguns milhares não chegaram a ver a sua terra, a sua família, os seus amigos. E são esses, que verteram sangue em defesa da Pátria, que as diversas Associações de Combatentes tentam, ao longo dos tempos, recordar a sua memória, erigindo monumentos ou incluindo os seus nomes nas toponímias da aldeia que os viu nascer e viu crescer, até que um dia abalaram para uma guerra que não era sua, mas que envolvia a defesa da soberania nacional, cuja Pátria antes tinha já dado heróis nas diversas contendas desde o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.

Só que, passados estes anos, os diversos Governos da Nação tentaram encobrir a Guerra do Ultramar, esquecendo os que tudo deram, tendo apenas como conforto e ânimo os símbolos fortes da Bandeira e do Hino Nacional.

Aliás, nestas comemorações, depois de António Carvalho Nunes, Presidente da Associação de Combatentes do Concelho de Tábua, ter pronunciado algumas palavras sobre o momento e deixado alguns alertas em defesa daqueles que ainda sofrem, não esqueceu os soldados fortes que ali têm inscritos os seus nomes em placa bem visível, os quais leu individualmente, em voz alta, e que toda a assistência retorquiu: “Presente”!... É por eles (os 21 soldados que ali têm o seu nome), como disse, que “estamos aqui, para que a sua memória não seja esquecida”.

Também o Presidente da Câmara de Tábua, Eng. Ivo Portela, ao falar dos valores que a República introduziu no Pais, elogiou a bravura dos nossos Combatentes, sendo obrigação da autarquia “em manter viva a chama que recorda aqueles que morreram pela Pátria”.

Após a colocação de coroas e ramos de flores no monumento, por Associações presentes e familiares, o edil tabuense convidou todos a assistir ao simbolismo do hastear da Bandeira e ao toque do Hino Nacional, cerimónias que ocorreram nos Paços do Município, com a participação da Fanfarra dos Bombeiros locais e da Tuna Mouronhense.



As cerimónias do 5.º Convívio da Associação prosseguiram na Carapinha. Levada a efeito uma romagem ao cemitério, na igreja matriz foi celebrada missa em louvor dos mortos, pelo Padre Manuel Paiva, que enalteceu também o papel dos bravos soldados portugueses em terras africanas. Depois, no triângulo que dá acesso à povoação, após alindamento, foi ao Largo dado o nome dos Combatentes, iniciativa que partiu da Junta de Freguesia, e que, por isso, o seu Presidente, António Esteves, em breves palavras, salientou o forte simbolismo contido naquele espaço, que a partir d’agora evoca a memória não só dos Combatentes da Freguesia, mas também do País.

Depois, teve lugar o almoço de confraternização, na sede da Comissão de Melhoramentos da Freguesia de Carapinha, repasto que foi bem servido pelo Restaurante “Manjar”, de Arganil.

No final ainda houve tempo para alguns oradores marcarem com as suas intervenções o forte apego que todos têm nestes momentos de convívio, marcados através de conversas saudosas de outros tempos. Se Rogério Neves, presidente da colectividade, dispôs as instalações para mais iniciativas do género, o Presidente da Associação de Arganil, Leonel Costa, teceu fortes críticas à forma como “os altos comandos” vêem o Combatente, sobretudo aquele que sofre ainda na carne as agruras desse tempo, e Fernando Carvalho Andrade, Presidente da Assembleia-Geral da Associação de Tábua, teceu algumas considerações sobre o Combatente, quer o que combateu na Flandres, quer o que combateu em África, sendo de opinião que todos são Combatentes e por isso todos merecem respeito.

O momento terminou com música, graças à participação da Escola de Música da Moita da Serra.

O 6.º Convívio da Associação de Combatentes do Concelho de Tábua, segundo o seu Presidente de Direcção, terá lugar, em 2011, em Póvoa de Midões.

Visita ilustre entrou na “Casa do Cantoneiro”

No início de Setembro a nossa sede teve uma visita ilustre, que muito honrou a Associação.
Os Combatentes, Directores Leonel Costa, José Augusto Gomes e Romão Mateus, serviram de anfitriões ao Comandante António José Costa Mateus, um arganilense que singrou na Marinha, chegando ao posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra. Aliás, a “Casa do Cantoneiro” é também um símbolo forte para o Comandante Mateus, pois foi no Bairro do Prazo que nasceu e cresceu e se habituou a conviver também com o Cabo Cantoneiro Casimiro, esposa e filhos.
A visita proporcionou ao ilustre filho deste chão arganilense verificar o que a Associação fez no espaço, cujo museu apreciou e elogiou com vivacidade. Registe-se que o Comandante Mateus foi um dos fortes propulsores para que a Marinha estivesse bem representada na nossa sede. Mesmo assim prometeu continuar com o seu apoio.
Já agora, recordamos que o Comandante Mateus era filho do grande industrial de Arganil, António Mateus, construtor do prédio sito na Avenida José Augusto Carvalho, em cujos baixos funcionou a sua mecânica e na parte de cima instalou as bombas de combustíveis, ainda existentes.
Quando vier à sua e nossa terra, cá estaremos para o abraçar novamente, Comandante Mateus!

Banda do Exército em Oliveira do Hospital

Como se trata da Banda do Exército, da Região Militar do Norte, não será descabido incluir nesta rubrica a sua presença no fecho das cerimónias do feriado municipal de Oliveira do Hospital, actos que evocaram também os 100 anos da implantação da República.

Foi na Praça do Município que se evocou a República e na Praça Ribeiro do Amaral as restantes cerimónias, tendo pelo meio o hastear da Bandeira Nacional, uma gigante bandeira, diga-se, que antes de subir ao mastro teve sob as suas cores centenas de crianças, que ao mesmo tempo entoaram o nosso Hino, tocado pela maravilhosa Banda do Exército.

Registe-se ainda que na parte da manhã, em sessão solene, foram homenageados personalidades que em diferentes sectores da vida local evidenciaram as cores das comunidades Oliveirenses. Foram eles: Aristides Gonçalves Costa, de Avô; Correia Dias, de Seixo da Beira; Carlos Pires e a Associação Recreativa e Desportiva de Nogueira do Cravo.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

5.º Encontro de Convívio dos Combatentes de Tábua

A Associação de Combatentes do Concelho de Arganil foi convidada pela sua congénere de Tábua para estar presente no seu 5.º convívio, que vai realizar-se no dia 5 de Outubro de 2010, convite que foi aceite pela sua Direcção, em reunião efectuada no dia 23.


O programa do convívio está assim delineado:

9.30 horas, homenagem aos militares falecidos, cujos nomes se encontram inscritos no monumento, em Tábua;

11 horas, Missa celebrada na Igreja Matriz da Carapinha, em cuja localidade,

12 horas será efectuada uma romagem ao cemitério e meia hora depois descerramento de placa que homenageará os militares daquela freguesia falecidos, dando o nome de Largo dos Combatentes.

13.30 horas é servido o almoço de confraternização, na sede da COMECA (Comissão de Melhoramentos da Carapinha).


As inscrições podem ser feitas, marcando o número para:

Octávio (Café Central de Mouronho), 235711870-962552330;

Abílio (Carapinha), 235711820-235712300;

Aníbal Martins (Café da Pereira), 235711820-961076366;

António Fonseca (Leitaria-Tábua), 235412191;

Junta de Freguesia de Carapinha, 235713737.

domingo, 26 de setembro de 2010

A subida do Rio Douro “Régua a Barca D’Alva”


Realizou-se hoje mais uma actividade da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil.

A subida do Rio Douro “Régua a Barca D’Alva”.

Dois Autocarros, com cerca de 72 pessoas (27 de Oliveira do Hospital) , rumaram de Arganil até à Régua. Passeio atractivo e com muita alegria e convívio, como já é hábito da Associação.

Todos os presentes se divertiram, contando para isso com a participação de mais dois grupos que viajavam no mesmo barco “Transdouro”.




O repasto: Pequeno Almoço, Porto de honra e Almoço correu sempre dentro das normas gastronómicas. Boa comida e boa pinga.

Um dia bem passado e bem animado. Não faltando o baile a bordo.

De regresso tivemos que fazer uma paragem em Celorico para devastar os vários sacos de farnel que cada um levava.



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

TONDELA acolhe espaço para apoiar Combatentes

Nunca será demais salientar aqueles que tudo fazem para acudir ao sofrimento que alguns Combatentes do ex-Ultramar Português contraíram com as guerras nele desenroladas, sobretudo o chamado Stress de Guerra, não falando dos mutilados, já que dos mortos esses nada sentiram ao longo destes anos, a não ser a dor pungente que deixaram aos familiares, perdendo um ente querido em plena flor da idade.
Ainda bem que, aqui e acolá, apareceram grupos que, passando a Núcleos, souberam progredir e chegar à formação de Associações. Posteriormente, com a criação de Federações, que passou a englobar Associações espalhadas pelo país, como é o caso da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, vê o seu estatuto mais fortalecido, já que a Federação Portuguesa das Associações de Combatentes passou a ter assento no Conselho Consultivo de Apoio aos Antigos Combatentes.
No meio de tudo isto, porém, há que referir a força que alguns combatentes, embora na casa dos cinquenta, sessenta ou setenta anos mesmo, ainda possuem no seu coração a força anímica para fazer coisas a fim de ajudar o seu camarada que, por infelicidade, não conseguiu sair ileso dessa guerra de 14 anos.
Pois bem, Tondela, uma cidade ainda jovem, tem no seu seio duas instituições que marcam a diferença dentro daquilo que atrás se escreve: a Associação e a Federação de Combatentes.
Pode dizer-se que todo esse desenvolvimento se deve a um camarada que ao longo de anos se vem debatendo para que o sonho social em ajudar os outros viesse a concretizar-se. Chama-se António Ferraz, um advogado muito conceituado na praça de Tondela.
Se na celebração do 28.º aniversário da Associação, ocorrida no dia 12 de Setembro de 2010, foi posta mais uma vez a claro o arrojo e a tenacidade deste tondelense, não passou despercebida também, com forte ênfase, a colaboração estreita que a Associação de Tondela tem recebido da parte do Presidente da Câmara, Dr. Carlos Marta. Primeiro, a construção do Monumento em memória dos 49 soldados que perderam a vida em combate; segundo, a entrega do edifício da Escola Primária Conde Ferreira, através da assinatura de protocolo, para ali funcionar a sede; terceiro, a ajuda incondicional que o autarca irá dar no presente, tendo em vista o futuro, com a edificação de um Posto Médico, sedeado na retaguarda da sede da Associação, onde serão, a partir de Janeiro de 2011, recebidos e apoiados os Combatentes que sofrem de stress de guerra e posteriormente, anunciou o Presidente da Associação, o carro poderá avançar mais transportando boas-novas, como seja o apoio total aos Combatentes que em vez de se deslocarem ao Centro de Saúde para serem consultados, onde permanecem horas e horas a fio para serem atendidos, podê-lo-ão fazer no Posto Médico ora inaugurado.
Como disse na sessão solene realizada no Auditório Municipal, Carlos Marta não só afirmou que via com orgulho e honra a sua cidade ser o centro dos Combatentes de Portugal, afirmando que “apesar de todas as dificuldades, vocês são todos o bom exemplo, porque nunca deixaram cair os braços e é dentro desses exemplos que temos de encontrar um novo país”. Tondela é um concelho solidário, e neste âmbito evidenciou a obra que o Dr. Ferraz está a desenvolver, desenvolvimento que passa também, segundo o autarca, por uma cidade mais alegre, onde a requalificação urbanística e o ambiente social e económico, são pedras basilares que vão fazer de Tondela um concelho ainda mais reluzente em terras da Beira Alta.
Na sessão solene referida participaram ainda diversas entidades, entre as quais o representante do Governador Civil de Viseu, o General Aníbal Flambó, ligado ao Ministério da Defesa na área do apoio ao Combatente, Tenente-General Chito Rodrigues, da Liga dos Combatentes e Dr. Barroso da Fonte, que foi um dos fundadores da Associação. Porém, seria o Presidente da Assembleia-Geral da Associação de Combatentes local, Dr. Tenreiro da Cruz, a par das palavras dos oradores antecedentes, a ter um discurso bastante inflamado, onde afirmou a dado passo: “…é obrigação de Portugal reconhecer os sacrifícios que todos estes jovens fizeram por Portugal. Tardou, mas é com grato prazer que agora já se verifica haver um repensar sobre a Guerra do Ultramar. Já se ouvem alguns políticos, talvez com intenções muito próprias, que se orgulhavam de lutar contra a ditadura e por isso se orgulhavam de terem desertado, fazerem questão de afirmarem que foram Combatentes no Ultramar”. Se a vida militar para a maioria “foi uma escola de virtudes e de aprendizagem”, hoje, salvo raras excepções, “os jovens não são solidários, pois não aprenderam os valores da camaradagem”. E finaliza assim o Dr. Tenreiro da Cruz: “Hoje a Pátria é o dinheiro e se for fácil melhor”, deixando ainda este gesto de agradecimento ao Dr. António Ferraz, Presidente da Direcção da Associação: “Porque ele é o exemplo do Homem que é solidário e que se sacrifica pelos outros e em defesa dos outros, sem interesses quer pessoais, quer patrimoniais”.
As cerimónias prosseguiram, com a celebração da eucaristia, na Igreja do Carmo, mas antes já havia acontecido a romagem ao Monumento, onde foram depositados ramos e coroas de flores, não faltando o cantar do Hino Nacional. A finalizar este dia de convívio, que só o Combatente sente de uma forma muito especial, teve lugar o almoço e depois na sede da Associação a confraternização prosseguiu.
Apraz acrescentar que a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil esteve representada com o seu estandarte e com os directores Leonel Costa, José Travassos de Vasconcelos e Artur Manuel Travassos Correia.
Refira-se ainda que às Associações representadas foi oferecido um lindo quadro, em barro de Molelos, com uma inscrição a marcar o 28.º aniversário da Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A História do Batalhão de Artilharia 1885


No dia 4 de Setembro de 2010 foi lançado o livro com o título em epígrafe. A autoria do mesmo é do combatente Alfredo Fonseca, residente em S. Pedro de Alva (Penacova). Esse lançamento teve como cenário a linda zona turística da Senhora da Ribeira, na freguesia de Pinheiro de Ázere, durante o almoço anual da Companhia de Artilharia 1885.

Se Alfredo Fonseca já possui no seu bornal o lançamento de dois livros – “Memórias do Sofrimento”, em 2001 e “Pegadas dos Meus Pés”, em 2006 - continua na senha de escritos, os quais ficarão na memória de quantos sofreram na pele e na carne os anos passados em terras africanas.

A esta cerimónia participaram os Presidentes da Câmara Municipal de Penacova (Dr. Humberto Oliveira) e da Junta de Freguesia de S. Pedro de Alva (Luís Adelino), ambos tendo, na altura própria, realçado os valores humanos do escritor, evidenciando ainda as suas virtudes quanto ao seu apego a S. Pedro de Alva, não só como autarca, cujo trabalho relevaram, como no associativismo, concretamente a acção que vem desenvolvendo na Casa do Povo.

Falando de memória, há que registar as palavras da Dr.ª Maria Leonarda Tavares, de Arganil, que fez a apresentação do livro. Sendo esposa de um paraplégico, de nome Rui Morgado, um dos muitos que ainda vivem com as agruras e o sofrimento dessa guerra, recordou que foi desde 1968 “que a guerra também entrou na minha vida; e tenho lutado pela vossa causa que é também minha”. Estando ali a convite do autor, porque sabendo “o quanto tenho vivido o sofrimento de muitos dos que regressaram de África feridos no corpo e na alma”, recorda que o autor do livro “aponta o dedo aos senhores que nos governam por se alienarem desta questão e por abandonarem os ex-Combatentes à solidão da injustiça nunca assumida, nem resolvida”. Frisando que foi dentro do muito sofrido e muito duro e em situações de extrema dificuldade que se gera “uma coesão que perdura pela vida fora”, Leonarda Tavares reforça que “Quem ler o relato dos acontecimentos de Alfredo Fonseca não olvidará jamais os momentos mais impressionantes: a fome, as longas e penosas caminhadas, as saudades da família e dos amigos, a angústia de enfrentar o desconhecido, o perigo sempre iminente, o sofrimento dos camaradas feridos e pior ainda perder para sempre os que morreram a seu lado”. Concluindo as suas palavras, a apresentadora do livro enfatiza que “o sr. Alfredo Fonseca tem contribuído para que a memória da guerra não se apague. É um trabalho de cidadania responsável; é o esforço de um homem lutador que não desiste do reconhecimento que lhe cabe por direito, a si próprio e aos seus camaradas. Que a vida lhe conceda a paz de um dever bem cumprido que tem sabido partilhar com os outros”… e parabéns e obrigada por esta corajosa herança”.

Nesta sessão a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil esteve representada pelo seu porta-voz José Travassos de Vasconcelos, amigo de há muitos anos de Alfredo Fonseca.

Recorde-se que Alfredo Fonseca, depois de agradecer a presença de todos, deixou o desabafo de que já lançou a ideia de no concelho de Penacova se formar uma Associação de Combatentes, mas tem encontrado, segundo o próprio, o desinteresse daqueles que mais deviam fazer força para que a iniciativa vingasse.

Soubemos ainda que o autor deste livro tem em mãos um outro, sendo este relacionado com a história da sua freguesia – S. Pedro de Alva.